domingo, 16 de junho de 2013

Não use a força, muito menos a covardia

Não use a força, muito menos a covardia





    A violência que presenciamos hoje em dia, ao mesmo tempo em que nos dá medo, nos dá também um norte, embora alguns, infelizmente, possam não acreditar: seja que tipo de relacionamento se quer romper – sociedades, namoros, contratos – deve-se fazê-lo com respeito, diálogo, compreensão.

    Há poucos anos, a figura do assassino estava ligada à do bandido que matava para roubar, e  que, não vamos negar, ainda existe. Hoje, porém, dia a dia os noticiários nos mostram que qualquer um é capaz de matar, se quiser. Quando digo qualquer um, quero me referir a pessoas iguais a nós, que fazem parte de nosso convívio, e que equivocadamente são chamadas de psicopata. (Aliás, é preciso esclarecer aqui que nem todo assassino é um psicopata, assim como nem todo psicopata é um assassino. Aqueles psicopatas que não são assassinos, aliás, são bem extrovertidos, bem sociáveis, bonzinhos, e agem assim para encobrir seu alvo de ataque.) Nem todo assassino é um psicopata.

    Outro dia, pela manhã, num noticiário, assisti a uma cena ridícula de uma moça ofendendo um senhor porque este colocara o carro num local do estacionamento de uma loja pet que a impedia de sair com o carro dela. A jovem partiu para o ataque chegando a ponto de, após as ofensas, levantar o próprio vestido e mostrar  a calcinha.

     Um jovem invade uma escola e atira em vários alunos, matando-se em seguida.
    No dia seguinte, uma senhora tenta, com a ajuda do filho, assassinar a nora.
Um professor mata uma aluna só porque esta não quer reatar o namoro.
Uma cabeleireira morre com nove tiros, depois de ter registrado oito boletins de ocorrência.
    Uma jovem bonita assassina o namorado no quarto de motel porque este não quer continuar o relacionamento.

    Então, que conclusão tiramos disto tudo? É muito fácil matar.

    Ninguém quer defender os assassinos, apenas entendê-los.

    Sei de um médico que clinica, por sinal um ótimo profissional, e que matou a terapeuta porque esta se envolvera no relacionamento dele com a esposa, intercedendo em favor desta. Ela se foi, e ele continua sua vida normal. Ele não “é” um assassino em série; ele “ficou” um assassino. E muito menos um psicopata.

Que fazer? Como prever?

    Ninguém é obrigado a reatar um namoro que não quer, mas não se pode subestimar o sofrimento do outro. Deve-se entender que quem foi deixado tem o direito de chorar sim, de
querer conversar, de ficar mal, principalmente quem sofre de depressão ou qualquer outra enfermidade crônica. Deve-se apoiar a pessoa, ajudá-la a transformar a relação, que passa a ser então de amizade, e não bloquear qualquer tipo de comunicação. Isto é covardia. Fora outras atitudes que alguns fazem que só comprove o quanto covarde é a pessoa.

O covarde tem consciência de sua covardia e por isso “foge”!

    Nenhuma religião prega a força, a empáfia, o sarcasmo para resolver problemas, mas alguns que se dizem religiosos (espíritas, católicos, budistas etc.) ainda o empregam.

“Quem ama ardentemente também no ódio é violento.” (Alexander Pope)

    Alguns jovens, apoiados por amigos, que talvez por interesses ocultos os apoiem, após terem prejudicado a vida de alguém, acham-se fortes, são aceitos pelo grupo, e, com isso, sentem-se poderosos, com razão, e então depois vem a tragédia.

    Quem é amigo mesmo não incentiva comportamentos radicais, mas há aqueles que, não sendo amigos, que gostam de estimular a desavença. É o caso de se perguntar: “se fulano levar um tiro e não voltar a andar você empurra a cadeira dele, ao menos?”

    O sarcasmo e o deboche compactuados com amiguinhos só fazem crescer o desejo de vingança, provocando naquele que sofre, que adoeceu, mais vontade de se vingar. Então, às vezes, um cidadão de bem “vira” um assassino. E quanto mais tempo de sofrimento, maior e mais aprimorada pode ser a vingança. De acordo com o jeito de ser da pessoa ela se vinga. E a vingança pode até ser planejada, sem pressa, adiada.

Como é fácil adquirir uma arma!

    “Mas não é tão fácil atirar, dizem que o gatilho é duro”! Aí cai por terra o argumento: “Em São Caetano, um menino de oito anos atira na professora e se mata com um tiro na cabeça.”

    Quanto mais inteligente um “provável” assassino, mais dor ele causará: ele pode matar um parente, para que o ex fique com remorso para o resto da vida; ele pode matar um sobrinho ou um filho; ou matar o atual companheiro do ex.

     Imagine um chefe de família recebendo a visita de um oficial de Justiça  em casa se sabe que não deve nada! Nem mesmo uma sentença favorável apagará o sofrimento físico e moral de uma pessoa que foi absolvida de um crime que na verdade não existiu. A não ser na mente doentia de uma pessoa reconhecida pela maioria como covarde, egoísta e sem nenhum tipo de espiritualidade.

     Quem agiu assim covardemente, egoisticamente, fazendo o outro sofrer, deve juntar as mãozinhas e orar a Deus para que em vez de um tiro receba um processo de umas 50 páginas de laudos, laudos, laudos, etc., para incluir no currículo.

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